Quais os arrependimentos mais comuns das pessoas antes de morrer? | Finance Journal

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Em 2017, a enfermeira australiana Bronnie Ware lançou em português o livro "Antes de Partir: os 5 Principais Arrependimentos que as Pessoas Têm Antes de Morrer", baseado em confissões de pacientes terminais.

Ela relatou que os principais arrependimentos eram não ter tido coragem de viver de acordo com seus próprios desejos e não ter trabalhado menos, o que levou a perdas importantes na vida.

Muitos também lamentavam não terem expressado seus sentimentos e perdido contato com amigos. Ware enfatiza que, no fim da vida, os amigos são essenciais.

A enfermeira também chama a atenção para o fato de que as pessoas se arrependem do que não fizeram. Na maioria dos casos observados por ela, as pessoas não pareciam se arrepender de algo que tinham feito. Sua mensagem é agir agora e não deixar para amanhã o que realmente importa.

No Brasil, falar de morte ainda é tabu

Por aqui, a morte ainda é um assunto pouco discutido. Acredita-se que falar sobre ela atrai acontecimentos ruins. "Porém, [falar de morte] é necessário em algum momento, para esclarecer intenções e vontades, facilitar cuidados e responsabilidades, e deixar o sujeito tranquilo de ver ou saber o que será cumprido", afirma o geriatra Natan Chehter.

Em se tratando de idosos e pacientes terminais, família e cuidadores devem os convidar para falar a respeito do que pensam sobre o tema, mas sem imposição. Esse diálogo é defendido por possibilitar um maior entendimento da complexidade do homem em suas dimensões sociais, culturais, psicológicas e espirituais, e a promoção e melhora da qualidade de vida.

"Falar sobre morte não é fator para depressão. Pelo contrário, pode ser uma oportunidade para despertar e aproveitar mais a vida, e a família deve desconstruir esse discurso e deixar o seu entorno mais positivista", explica Yuri Busin, psicólogo e doutor em neurociência do comportamento. Há quem só perceba — e muitas vezes com espanto — o fim da vida quando conscientizado pela percepção exterior.

É preciso conversar, mas também ouvir

Não é regra, mas falar sobre a própria morte costuma ser mais comum quando alguém se encontra acamado, em situação degenerativa (em início de Alzheimer, por exemplo) e preocupado com o futuro dos entes.

Cláudia Messias, psicóloga que trabalha com pacientes com câncer, diz que muitos, quando sentem a necessidade de desabafar, em geral também não encontram quem esteja disposto e preparado para ouvi-los. "Há casos em que eles tentam falar, mas são 'cortados' por quem não sabe lidar com o sofrimento, com frases do tipo: 'Não, você não vai morrer, não fala isso'. Então já cria um bloqueio", diz.

É compreensível que os entes queridos queiram poupar esse sujeito, mas nem sempre quem se encontra num estado irreversível é frágil emocionalmente como pode parecer. Pela experiência de vida, pode estar mais preparado para lidar com momentos difíceis e, estando com suas faculdades mentais preservadas, não deve ser privado nem mesmo de diagnósticos.

É um direito e necessário para que se possa tomar decisões, se preparar, tirar dúvidas. Omitir é tão ruim quanto mentir, pois quem está num momento final da vida se sente apreensivo, triste e, se descobrir, traído. "Também sofre mais pela família, mas com a gente consegue se abrir, falar melhor dos seus medos, de como quer seu velório, a roupa que quer ser sepultado, para quem quer deixar tal coisa, e a gente faz essa intermediação, acolhe e prepara os filhos", diz a psicóloga.

Havendo interesse e abertura por parte de alguém em falar ou comentar sobre a própria morte, esteja presente e, não sabendo lidar com seus questionamentos ou com outros assuntos que ele possa abordar, não hesite em procurar ajuda profissional de psicólogos.

Fonte: Viva Bem

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